Não cate meus cacos
Deixe-me exposta a humilhação.
Eu vou por aí,
Enquanto a dor dos ossos é sepultada...
Brigo em silêncio quando perco as forças.
Respiro a maldição da dor de coração.
O pior de todos os males invadiu-me a alma...
Já não sou eu que respondo por mim.
Nas escadarias escuras recobro o que sobrou.
Bebendo o pior dos vinhos,
Quero sentir a pior das ressacas.
Assim, creio sucumbir à dor da morte
Vivo não mais eu em mim...
Nada mais há em mim para te dar.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Mediocremente
Do que te ocultas?
Da privacidade?
Da obscuridade?
Da sincera falsidade?
Refém dos seus sentimentos
Momentos infinitos de dor.
Desta vida que levas medíocre
Não te ocultes da dor.
Não se aqueça do seu frio
Morra eu seus segundos de mediocridade...
Não se angustie ao vagar nas ruas.
Eles não lêem seus fantasmas.
Olhe eu seus olhos,
E inveje a paz dos resignados.
Do que te ocultas?
Da privacidade?
Da obscuridade?
Da sincera falsidade?
Da privacidade?
Da obscuridade?
Da sincera falsidade?
Refém dos seus sentimentos
Momentos infinitos de dor.
Desta vida que levas medíocre
Não te ocultes da dor.
Não se aqueça do seu frio
Morra eu seus segundos de mediocridade...
Não se angustie ao vagar nas ruas.
Eles não lêem seus fantasmas.
Olhe eu seus olhos,
E inveje a paz dos resignados.
Do que te ocultas?
Da privacidade?
Da obscuridade?
Da sincera falsidade?
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Caminhos Errantes
Estava só neste caminho,
O vento acariciou os fracassos passados.
O desalento anda a passos lentos e descompassados.
Tocava, apalpando meus frios temores.
O beco sujo foi atravessado em meio a palpitações e horrores.
No cansaço, o retorno foi à investida da derrota.
Descoberto os caminhos,
Derrotaram-me com seus olhares bons.
Desisti de acorrentá-los as amarras da mágoa.
Aceita está a pseudo- cumplicidade.
Sorrirei para os bons no caos da alma constrangida.
Em suas multidões ansiarei pelo beco sujo...
Bailarei os passos fúnebres seus.
Aos acordes de seus sons
Prepararei-me para os seus campos de concentração.
Não temerei a descoberta das diferenças
Temerei o encontro do que não sou.
Sentindo dor de saudade da solidão.
O vento acariciou os fracassos passados.
O desalento anda a passos lentos e descompassados.
Tocava, apalpando meus frios temores.
O beco sujo foi atravessado em meio a palpitações e horrores.
No cansaço, o retorno foi à investida da derrota.
Descoberto os caminhos,
Derrotaram-me com seus olhares bons.
Desisti de acorrentá-los as amarras da mágoa.
Aceita está a pseudo- cumplicidade.
Sorrirei para os bons no caos da alma constrangida.
Em suas multidões ansiarei pelo beco sujo...
Bailarei os passos fúnebres seus.
Aos acordes de seus sons
Prepararei-me para os seus campos de concentração.
Não temerei a descoberta das diferenças
Temerei o encontro do que não sou.
Sentindo dor de saudade da solidão.
domingo, 25 de janeiro de 2009
Seja
Seja as minhas lágrimas da saudade efêmera.
Traga a eternidade do seu sorriso em um cálice.
Beberei seu ser, embriagada dos seus medos...
Seja o meu pasto verde,
Meu mar,
Minha tempestade,
Minha estrada.
Não irei a lugar nenhum que me leve longe das suas ruas.
Sonharei os segundos da sua ausência.
Seja o meu céu mais bonito.
Seja minha manhã acinzentada e a chuva que lava meus pecados.
Beberei seu ser, embriagada dos seus medos...
Seja o meu pasto verde,
Meu mar,
Minha tempestade,
Minha estrada.
Não irei a lugar nenhum que me leve longe das suas ruas.
Todos os dias serão para os seus dias...
Traga a eternidade do seu sorriso em um cálice.
Beberei seu ser, embriagada dos seus medos...
Seja o meu pasto verde,
Meu mar,
Minha tempestade,
Minha estrada.
Não irei a lugar nenhum que me leve longe das suas ruas.
Sonharei os segundos da sua ausência.
Seja o meu céu mais bonito.
Seja minha manhã acinzentada e a chuva que lava meus pecados.
Beberei seu ser, embriagada dos seus medos...
Seja o meu pasto verde,
Meu mar,
Minha tempestade,
Minha estrada.
Não irei a lugar nenhum que me leve longe das suas ruas.
Todos os dias serão para os seus dias...
Inquisidores
Sentados olhamos a alegria dos afortunados.
De pé aplaudimos a esperança em nossos heróis.
Sentados fingimos nos incomodar com a miséria dos distantes.
De pé oramos cumprindo o rito da reforma dominical.
Deitados estremecemos a espera do pseudo- purgatório...
De joelhos bambeamos a espera de nossos inquisidores.
Rastejaremos ao redor da fogueira vindoura...
Deitamos ainda encolhidos e petrificados
Esperando a condenação de nossa real falsidade
De pé aplaudimos a esperança em nossos heróis.
Sentados fingimos nos incomodar com a miséria dos distantes.
De pé oramos cumprindo o rito da reforma dominical.
Deitados estremecemos a espera do pseudo- purgatório...
De joelhos bambeamos a espera de nossos inquisidores.
Rastejaremos ao redor da fogueira vindoura...
Deitamos ainda encolhidos e petrificados
Esperando a condenação de nossa real falsidade
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Ponte
O rapaz decidiu-se finalmente...
O carro verde, grande e invejado segue seu rumo.
Seguiu a luz dos faróis,
Ofuscado por suas escuridões espirituais.
Atravessando a ponte avistou o Rio,de céu cinza e chuvoso.
Emocionou...
Parou.
Mergulhou para o nada...
Nada sentiu ao olhar Niterói daquele ângulo... apenas agiu.
Apenas parou...
Desceu...
Pulou. . .
O carro verde, grande e invejado segue seu rumo.
Seguiu a luz dos faróis,
Ofuscado por suas escuridões espirituais.
Atravessando a ponte avistou o Rio,de céu cinza e chuvoso.
Emocionou...
Parou.
Mergulhou para o nada...
Nada sentiu ao olhar Niterói daquele ângulo... apenas agiu.
Apenas parou...
Desceu...
Pulou. . .
Trincheiras
Espere à guerra,
Não virei com paz.
Cansei-me das trincheiras desabrigadas,
Circulo errante nas tropas do inimigo.
Pensa ainda que estou na batalha,
Abandonada está a posição protegida...
Declaro à derrota
Ofereço as barricadas do não-perdão.
Morrer é fácil,
A vida é mais difícil.
Estilhace-me,
Sem minimizar meus danos.
Não virei com paz.
Cansei-me das trincheiras desabrigadas,
Circulo errante nas tropas do inimigo.
Pensa ainda que estou na batalha,
Abandonada está a posição protegida...
Declaro à derrota
Ofereço as barricadas do não-perdão.
Morrer é fácil,
A vida é mais difícil.
Estilhace-me,
Sem minimizar meus danos.
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Cerco
Novamente o hálito amargo.
Fecha-se o cerco ao Inimigo,
Isolo-o na redoma da minha ira.
Beba o sangue do meu desprezo!
Dilaceraria seus sonhos,
Ignoraria suas esperanças.
Mas bebi o cálice da vergonha...
Escondida, chorei o desejo da maldade.
Volto à caverna dos pensamentos maus.
Lá, torturo meus bons inimigos.
Livre do melhor que há em mim,
Livre do que não tenho na alma.
Fecha-se o cerco ao Inimigo,
Isolo-o na redoma da minha ira.
Beba o sangue do meu desprezo!
Dilaceraria seus sonhos,
Ignoraria suas esperanças.
Mas bebi o cálice da vergonha...
Escondida, chorei o desejo da maldade.
Volto à caverna dos pensamentos maus.
Lá, torturo meus bons inimigos.
Livre do melhor que há em mim,
Livre do que não tenho na alma.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Ia...
Adoraria falar o amor.
Cantar as alegrias dos dias frescos,
Rir as animosidades dos minutos com crianças.
Beijar a boca e sentir o desejo da eternidade.
Morreria por alegrar-me ao comer um doce,
Sentir-me-ia feliz ao ver o sorriso seu.
Adoraria alegrar-me com o som das muitas vozes,
Suspiraria em falar dos que tenho como meus.
Comporia as amarras efemeramente eternas,
Cantarolando os olhos teus.
Sofro a experiência de não adorar o adorado.
Choro por não ser o tão esperado...
Cantar as alegrias dos dias frescos,
Rir as animosidades dos minutos com crianças.
Beijar a boca e sentir o desejo da eternidade.
Morreria por alegrar-me ao comer um doce,
Sentir-me-ia feliz ao ver o sorriso seu.
Adoraria alegrar-me com o som das muitas vozes,
Suspiraria em falar dos que tenho como meus.
Comporia as amarras efemeramente eternas,
Cantarolando os olhos teus.
Sofro a experiência de não adorar o adorado.
Choro por não ser o tão esperado...
Acusados
Vigiados estão todos eles.
Olhos do sangue dos justos,
Paranóicos cantam a acusação.
Recuem, vigiados.
Os melhores ainda são os sãos...
Se voltassem ao passado mudariam os passos,
Se tentassem mudar verdes estariam seus pastos.
Condicionados ao fracasso, aceitei seus atos...
Acusados vocês estão de todos os seus pecados.
Olhos do sangue dos justos,
Paranóicos cantam a acusação.
Recuem, vigiados.
Os melhores ainda são os sãos...
Se voltassem ao passado mudariam os passos,
Se tentassem mudar verdes estariam seus pastos.
Condicionados ao fracasso, aceitei seus atos...
Acusados vocês estão de todos os seus pecados.
Além
Partirei ainda hoje.
Quisera viver segundos além-mim.
Vivo o eu perturbado,
E nada sobrou das migalhas da lógica.
Perambulando os segui em vão...
Os passos cadenciados deixaram-me para trás
Voltem infelizes felizes...
Absorverei suas falas letais.
Mentiremos juntos à beleza que nos cerca,
Cantaremos a putrefação alegre do nada além-nós.
Vivam vivendo a vergonha ainda viva.
Eu viverei das angústias.
Das nuvens cinzas do além-fim.
Quisera viver segundos além-mim.
Vivo o eu perturbado,
E nada sobrou das migalhas da lógica.
Perambulando os segui em vão...
Os passos cadenciados deixaram-me para trás
Voltem infelizes felizes...
Absorverei suas falas letais.
Mentiremos juntos à beleza que nos cerca,
Cantaremos a putrefação alegre do nada além-nós.
Vivam vivendo a vergonha ainda viva.
Eu viverei das angústias.
Das nuvens cinzas do além-fim.
sábado, 10 de janeiro de 2009
Riso
Hoje ela riu.
Escondeu-se por um segundo da dor,
Fugitiva de si mesma,
Riu do nada ,
Nada sentiu.
Voltou para seu ser e trouxe de volta às feridas...
Infeliz, infelice, apenas ela...
Escondeu-se por um segundo da dor,
Fugitiva de si mesma,
Riu do nada ,
Nada sentiu.
Voltou para seu ser e trouxe de volta às feridas...
Infeliz, infelice, apenas ela...
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Próxima Parada
Brindemos o cálice de nossas angústias!
Inabitável estou desde o dia que acordei para mim
Um cemitério de emoções...
Absorvi os sofrimentos de outras almas.
O medo se foi...
Cansada aguardo ainda a próxima parada.
Uma ultima vez quero ver a relva.
Fujo nas ruas dos que tentam sondar meu coração.
Chorei a beleza que nunca tive,
Estremeci em minha fúria.
Torno-me a visita indesejável do inconsciente...
Salve-me de mim...
Transpiro gotas de sangue.
Tremo na multidão.
Ainda prefiro o silencio verdadeiro de minhas trevas
Ao enxofre das falsas alegrias.
O medo se foi...
Cansada aguardo ainda a próxima parada.
Inabitável estou desde o dia que acordei para mim
Um cemitério de emoções...
Absorvi os sofrimentos de outras almas.
O medo se foi...
Cansada aguardo ainda a próxima parada.
Uma ultima vez quero ver a relva.
Fujo nas ruas dos que tentam sondar meu coração.
Chorei a beleza que nunca tive,
Estremeci em minha fúria.
Torno-me a visita indesejável do inconsciente...
Salve-me de mim...
Transpiro gotas de sangue.
Tremo na multidão.
Ainda prefiro o silencio verdadeiro de minhas trevas
Ao enxofre das falsas alegrias.
O medo se foi...
Cansada aguardo ainda a próxima parada.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Tentativas
Tentando ser eu mesma
Não tenho conseguido ser ninguém.
Abraço-me ao sono dos desesperados,
Durmo com a tremedeira dos pecadores.
Tentando ser o que não sou
Tenho sido repugnante
Preciso fugir de mim,
Assim fujo dos outros.
Um labirinto de vozes ecoa
Sonho a morte leve dos destemidos.
Evito o veneno dos peçonhentos,
Alimento-me do sorriso dos que me amam.
É justo querer a morte,
Quando nada mais há que nos prenda.
Ainda estou presa nestes grilhões...
Doce morte, aguarde-me
Irei ao seu encontro quando for livre...
Não tenho conseguido ser ninguém.
Abraço-me ao sono dos desesperados,
Durmo com a tremedeira dos pecadores.
Tentando ser o que não sou
Tenho sido repugnante
Preciso fugir de mim,
Assim fujo dos outros.
Um labirinto de vozes ecoa
Sonho a morte leve dos destemidos.
Evito o veneno dos peçonhentos,
Alimento-me do sorriso dos que me amam.
É justo querer a morte,
Quando nada mais há que nos prenda.
Ainda estou presa nestes grilhões...
Doce morte, aguarde-me
Irei ao seu encontro quando for livre...
Tempo
Nublado são meus dias
Relembro a estrada vazia e negra em que vaguei.
O temporal alegrou minha existência.
Perambulei no presente sentindo-me do passado.
Escolho viver do passado.
Sinto os calabouços e suas paredes,
As feridas abertas pelo desespero da solidão.
Vejo moribundos expostos à luz do dia,
Compadeço-me em sentir a febre dos enfermos.
Dormi durante a peste que assolou a noite...
Ah, quisera viver eternamente no passado...
Presente e futuro doados aos esperançosos.
Dê-me o poder da escolha
Fugirei ainda hoje do hoje...
Relembro a estrada vazia e negra em que vaguei.
O temporal alegrou minha existência.
Perambulei no presente sentindo-me do passado.
Escolho viver do passado.
Sinto os calabouços e suas paredes,
As feridas abertas pelo desespero da solidão.
Vejo moribundos expostos à luz do dia,
Compadeço-me em sentir a febre dos enfermos.
Dormi durante a peste que assolou a noite...
Ah, quisera viver eternamente no passado...
Presente e futuro doados aos esperançosos.
Dê-me o poder da escolha
Fugirei ainda hoje do hoje...
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Carta de um suicida
A quem possa interessar, matei-me.
Não suportei os dias de sol,
E obcequei-me pela eterna escuridão.
Fascinei-me pela oferta do descanso,
Desacreditada da luz ao fim de algum túnel.
Ao buscá-la em outro mundo
Orgulhei-me de minha covardia.
Rejeito os acordes das lágrimas
Abomino a musicalidade das honrarias
Orquestrei meu futuro...
Pobre, suja, cega e nua.
Serei lembrada como a sofrida angústia personificada
Sorria, o mundo está mais leve!
Agradeço os segundos eternos ao meu lado
Esqueça as flores, símbolo da falsa saudade.
Vim e volto só...
Não espere mais pelo alívio imediato,
Não, ainda não me enterrem...
Eis que ainda vivo... morta.
Não suportei os dias de sol,
E obcequei-me pela eterna escuridão.
Fascinei-me pela oferta do descanso,
Desacreditada da luz ao fim de algum túnel.
Ao buscá-la em outro mundo
Orgulhei-me de minha covardia.
Rejeito os acordes das lágrimas
Abomino a musicalidade das honrarias
Orquestrei meu futuro...
Pobre, suja, cega e nua.
Serei lembrada como a sofrida angústia personificada
Sorria, o mundo está mais leve!
Agradeço os segundos eternos ao meu lado
Esqueça as flores, símbolo da falsa saudade.
Vim e volto só...
Não espere mais pelo alívio imediato,
Não, ainda não me enterrem...
Eis que ainda vivo... morta.
Não...
Não quero partilhar da mesa dos corretos novamente.
Seus alimentos são letais,
A bondade não lhes é inocente.
O veneno ainda corre em minhas veias.
Caminho a passos largos na rua dos sofridos.
Sofridos, inqualificados e desajeitados .
Não desejo mostrar algo bom.
Não seria justo apagar as rugas do meu coração...
Amadureço minha dor adolescente,
E desejo abrir as madrugadas expostas do meu ser.
Envelheci no mundo de dor e negras manhãs que vivo .
Não esconderei as olheiras da amargura,
Nem lhes imputarei as dores que foram causadas.
Meus sorrisos sombrios serão meu maior presente.
Rodearam-me da poluição diurna.
Não abandonarei minhas dores
Bebo minhas angustias
Apodreceremos juntos até o fim...
A morbidez é a água dos que seguem sem rumo...
Seus alimentos são letais,
A bondade não lhes é inocente.
O veneno ainda corre em minhas veias.
Caminho a passos largos na rua dos sofridos.
Sofridos, inqualificados e desajeitados .
Não desejo mostrar algo bom.
Não seria justo apagar as rugas do meu coração...
Amadureço minha dor adolescente,
E desejo abrir as madrugadas expostas do meu ser.
Envelheci no mundo de dor e negras manhãs que vivo .
Não esconderei as olheiras da amargura,
Nem lhes imputarei as dores que foram causadas.
Meus sorrisos sombrios serão meu maior presente.
Rodearam-me da poluição diurna.
Não abandonarei minhas dores
Bebo minhas angustias
Apodreceremos juntos até o fim...
A morbidez é a água dos que seguem sem rumo...
DISPERSÃO - POR MÁRIO SÁ-CARNEIRO
Trechos...
Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto
E hoje, quando me sinto.
É com saudades de mim.
Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar.
Na ânsia de ultrapassar,
Nem dei pela minha vida...
Para mim é sempre ontem,
Não tenho amanhã nem hoje:
O tempo que aos outros foge
Cai sobre mim feito ontem. (...)
Desceu-me n'alma o crepúsculo;
Eu fui alguém que passou.
Serei, mas já não me sou;
Não vivo, durmo o crepúsculo.
Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto
E hoje, quando me sinto.
É com saudades de mim.
Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar.
Na ânsia de ultrapassar,
Nem dei pela minha vida...
Para mim é sempre ontem,
Não tenho amanhã nem hoje:
O tempo que aos outros foge
Cai sobre mim feito ontem. (...)
Desceu-me n'alma o crepúsculo;
Eu fui alguém que passou.
Serei, mas já não me sou;
Não vivo, durmo o crepúsculo.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Soneto 71 - William Shakespeare
Quando eu morrer não chores mais por mim
Do que hás de ouvir triste sino a dobrar
Dizendo ao mundo que eu fugi enfim
Do mundo vil pra com os vermes morar.
E nem relembres, se estes versos leres,
A mão que os escreveu, pois te amo tanto
Que prefiro ver de mim te esqueceres
Do que o lembrar-me te levar ao pranto.
Se leres estas linhas, eu proclamo,
Quando eu, talvez, ao pó tenha voltado,
Nem tentes relembrar como me chamo:
Que fique o amor, como a vida, acabado.
Para que o sábio, olhando a tua dor,
Do amor não ria, depois que eu me for.
Do que hás de ouvir triste sino a dobrar
Dizendo ao mundo que eu fugi enfim
Do mundo vil pra com os vermes morar.
E nem relembres, se estes versos leres,
A mão que os escreveu, pois te amo tanto
Que prefiro ver de mim te esqueceres
Do que o lembrar-me te levar ao pranto.
Se leres estas linhas, eu proclamo,
Quando eu, talvez, ao pó tenha voltado,
Nem tentes relembrar como me chamo:
Que fique o amor, como a vida, acabado.
Para que o sábio, olhando a tua dor,
Do amor não ria, depois que eu me for.
Anoiteceu
Caminho entre os lúcidos buscando suas escuridões.
Sinto a perturbação dos que anseiam achar a luz...
Salvo estou em minhas paredes negras,
Não desejarei encontrar o que não há em mim.
O cansaço percorre minhas veias...
Ao mundo vil deixarei em poucos anos
Anoitecerá a última vez...
Minha alma agradecerá os infortúnios da existência,
Petrificada em flores, enaltecida pelo adeus...
Esperando ansiosa pela última noite...
Suavizo a busca proibida do fim imediato...
Anoiteceu, anoitecerá... mais uma vez...
Sinto a perturbação dos que anseiam achar a luz...
Salvo estou em minhas paredes negras,
Não desejarei encontrar o que não há em mim.
O cansaço percorre minhas veias...
Ao mundo vil deixarei em poucos anos
Anoitecerá a última vez...
Minha alma agradecerá os infortúnios da existência,
Petrificada em flores, enaltecida pelo adeus...
Esperando ansiosa pela última noite...
Suavizo a busca proibida do fim imediato...
Anoiteceu, anoitecerá... mais uma vez...
A Escuridão que Há em Mim
Da dor trouxe o silêncio.
Silenciei minhas dores na escuridão da minha alma.
A solidão acalma-me...
Só, sou eu...
Em multidão sou eus.
Vagando nas trevas do meu inconsciente,
Espero-me à porta de mim mesma...
Em minha angústia gritei sem voz
Nada ecoou além dos pensamentos sombrios.
Sinto a alegria triste invadir-me o ser.
É proibido expressar trevas
Eternamente escrava do sofrimento mudo.
Minha alma cansou...
Espero anestesiado o fim... a dor é parte de mim...
Não choro as lágrimas do perdedor
As águas caem pela desistência...
Ando ao redor do pior de mim,
Penetro em minhas profundezas tenebrosas
Lá, espero olhando o nada...
Nada mais há para secar as lágrimas do meu espírito.
Sentei-me à mesa dos justos.
Incessantemente procurei segui-los em seus devaneios.
Tentei alcançá-los em vão.
E amargurei-me em tentar ser como os que não o são.
Viajo aos meus despedaçados sonhos.
A utopia fascina e remenda as cicatrizes.
Sonho encontrar o Inatingível,
Morro reconstruindo meus mosaicos a cada dia.
A insônia dos angustiados é a minha sina.
Não nego meu ser aflito
Acalmo as neblinas de meus olhos
E vivo a certeza da eterna vaguidão...
Meus devaneios guardados dos Sãos.
Anseio esconder-me dos declarados corretos,
Seus venenos agonizam os mais fracos.
Suas correntes são negras como os olhos de suas almas.
Deles me distancio na busca da estrada dos puros...
Puros das falsas bondades e obras...
Sigo em busca da luz que um dia poderá brilhar.
Antes que eu me apague por completo
E por pedaços que sou...
Minha escuridão... busca alguma luz do lado de fora.
Silenciei minhas dores na escuridão da minha alma.
A solidão acalma-me...
Só, sou eu...
Em multidão sou eus.
Vagando nas trevas do meu inconsciente,
Espero-me à porta de mim mesma...
Em minha angústia gritei sem voz
Nada ecoou além dos pensamentos sombrios.
Sinto a alegria triste invadir-me o ser.
É proibido expressar trevas
Eternamente escrava do sofrimento mudo.
Minha alma cansou...
Espero anestesiado o fim... a dor é parte de mim...
Não choro as lágrimas do perdedor
As águas caem pela desistência...
Ando ao redor do pior de mim,
Penetro em minhas profundezas tenebrosas
Lá, espero olhando o nada...
Nada mais há para secar as lágrimas do meu espírito.
Sentei-me à mesa dos justos.
Incessantemente procurei segui-los em seus devaneios.
Tentei alcançá-los em vão.
E amargurei-me em tentar ser como os que não o são.
Viajo aos meus despedaçados sonhos.
A utopia fascina e remenda as cicatrizes.
Sonho encontrar o Inatingível,
Morro reconstruindo meus mosaicos a cada dia.
A insônia dos angustiados é a minha sina.
Não nego meu ser aflito
Acalmo as neblinas de meus olhos
E vivo a certeza da eterna vaguidão...
Meus devaneios guardados dos Sãos.
Anseio esconder-me dos declarados corretos,
Seus venenos agonizam os mais fracos.
Suas correntes são negras como os olhos de suas almas.
Deles me distancio na busca da estrada dos puros...
Puros das falsas bondades e obras...
Sigo em busca da luz que um dia poderá brilhar.
Antes que eu me apague por completo
E por pedaços que sou...
Minha escuridão... busca alguma luz do lado de fora.
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